Porque mudamos nossa madeira?
Você já deve ter percebido que, dependendo da armazenagem, a Escada de madeira pode mudar de aparência e até apresentar empenamentos e trincas. Tudo isso quando expostas a fatores externos, como sol e chuva, por exemplo.
Foi para diminuir os efeitos desses fatores externos
que começamos a mudar nossa madeira principal do Pinheiro (Araucária) para o Eucalipto
Grandis. Essa nova madeira chega para a nossa produção, em sua maioria, já
seca em estufa. Isso faz com que a madeira já tenha entortado (ou rachado) tudo
o que poderia nesse processo, e dessas nós selecionamos apenas as que não
apresentam nenhum problema. Então o produto final sofre muito menos com
a ação das intempéries.
Com o Pinheiro é um pouco diferente. Essa madeira tende a reter
mais umidade, mesmo depois de seca. Aqui nós fazíamos a secagem naturalmente,
com as tábuas gradeadas. E mesmo depois de secas, notávamos que a umidade da
madeira continuava variando. Essa madeira também tem uma tendencia maior a
apresentar pequenas rachaduras na madeira. Não são rachaduras que
comprometem a estrutura da escada, são rachaduras superficiais, mas que podem
assustar o cliente.
Com relação ao preço o Eucalipto Grandis não tem
muita diferença se comparado ao Pinheiro. Inclusive, a madeira que já vem seca
em estufa tem um valor mais alto que o do Pinheiro. Mas percebemos que nosso índice
de perda tem diminuído com o Eucalipto. Através dessa madeira conseguimos
fazer um aproveitamento melhor das tábuas. E foi por isso que durante essa
pandemia, com aumentos constantes de metais e da própria madeira, nós tivemos
pouquíssimos reajustes no nosso preço.
Outra vantagem do Eucalipto é que essa é uma madeira
completamente reflorestada. Com relação ao pinheiro, mesmo que tenhamos
DOF (documento de origem florestal) de toda a madeira que trabalhamos, não podemos
saber com certeza quais as atitudes da madeireira em relação à essa árvore. Então
essa mudança de matéria prima também prima pela sustentabilidade.
Em questão de estrutura as duas madeiras se comportam de
maneira muito semelhante. Ambas são madeiras duráveis, desde que bem cuidadas.
Essa transição entre as madeiras trouxe uma desconfiança por
parte de clientes mais tradicionais, acostumados a trabalhar com nossas escadas
em pinheiro. Isso se deve, principalmente, ao fato de existirem centenas de
espécies diferentes de eucalipto. Algumas dessas espécies servem a um determinado
fim, como para a indústria de papel, por exemplo. Para essa indústria, não faz
muita diferença o quanto uma madeira pode entortar ou rachar. Agora, quando
alguém compra tábuas para construção não espera esse comportamento.
Então muitos lojistas tiveram experiências negativas com espécies de eucalipto
que não eram indicadas para a construção civil. Com a espécie Grandis
é diferente. Essa espécie cumpre muito bem sua função na construção civil,
apresentando boa estrutura e pouca variação na sua forma, sem entortar ou
trincar. E apresentando, ainda, melhores condições de acabamento.
Hoje ainda não temos grande disponibilidade de tábuas
de Eucalipto Grandis em comprimentos maiores, acima de 3m. Por isso parte
da nossa produção ainda usa madeiras de pinheiro. Mas estamos buscando novos
fornecedores e a tendência é que até 2022 nossa produção seja 100% Eucalipto
Grandis.
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